Pergunta 1
A Antropologia do Consumo deve se concentrar em explicar a prática do consumo e das relações estabelecidas, mantendo a postura ética e imparcial, sem julgamentos se consumir é um ato bom ou ruim. Para isso entenderá a cultura de massa (publicidade e propaganda) como a criadora dos mitos, das regras do jogo, das identidades dos jogadores e dos espaços para os rituais, como em um sistema totêmico no qual jogador do grupo “A” se identifica com mitos e espaços “A”. Entenderá também que os consumidores também participam ativamente da construção dos significados culturais do consumo. Isso significa que:Resposta Selecionada: 
d. Após a compra, o produto passa a ter suas especificidades e uso particular personalizado.Respostas: a.b.c.d. e.Feedback da resposta: Alternativa: DComentário: consumir não é apenas ir às compras e pagar por um produto, o ato envolve uma série de códigos culturais e relações sociais, porém existe uma lógica, um símbolo construído culturalmente. Então, consumir não é apenas representar bem o seu papel como jogador, mas também fazer escolhas para além dos estereótipos e ressignificar os objetos comprados, além de construir identidades fragmentadas e diversas. Os agentes não são apenas passivos ou agem por conta própria, eles fazem parte da teia de significados que é a cultura.Pergunta 2
A abordagem construcionista traz a noção dos marcadores sociais da diferença, ela se difere do conceito de interseccionalidade pois:I - Foca na construção da identidade do sujeito ao invés de se focar na estrutura opressora historicamente construída.II - É importante observar que diferença nem sempre é desigualdade, por isso algumas diferenças sociais podem ser fonte da construção de identidade positiva.Avalie as assertivas acima:Resposta Selecionada: b. Ambas são verdadeiras.Respostas: a.b. c.d.e.Feedback da resposta: Alternativa: BComentário: a abordagem construcionista utiliza-se do conceito de marcadores sociais da diferença para mostrar que as diferenças sociais podem ser uma forma de negociar a própria identidade diante das diversas situações sociais. Nem todos os momentos utilizamos os marcadores sociais da diferença, mas em determinadas situações podemos ativar aquilo que nos difere dos demais para melhor nos adaptarmos ao ambiente que estamos, assim se negocia quando a diferença social é positiva e quando não é um fator importante. Assim, diferença não é o mesmo que desigualdade.Pergunta 3
A forma de consumo entre mulheres de raças e classes sociais diferentes mostra como os estudos antropológicos contemporâneos podem contribuir para melhor compreendermos nossa estrutura social e a construção das identidades. Para se chegar em bons resultados nesses estudos, o pesquisador deve conhecer diversas metodologias, abordagens e visões da antropologia moderna, são elas:Resposta Selecionada: e.Noção de estrutura social, de agente social, de distanciamento para pesquisas urbanas, ruptura da visão marxista sobre o estudo do consumo, noção de interseccionalidade e de marcadores sociais da diferença.Respostas: a.b.c.d.e.Feedback da resposta: Alternativa: EComentário: é importante conhecer as regras sociais de opressão entre mulheres e sobre as negras e as mulheres de classes baixas, mas é importante também como essas mulheres constroem suas próprias histórias e negociam sua identidade principalmente quando há a possibilidade de consumo ou de ascensão social. Para isso, tanto o estruturalismo como a interpretação de Lévi-Strauss e de Geertz podem ser complementares na compreensão. No mais, ao estudar as relações dentro das sociedades urbanas, a metodologia do distanciamento e do consumo vão possibilitar compreender como essas mulheres constroem suas identidades diante de uma sociedade tão desigual que pouco as reconhecem como sujeitos de direitos.Pergunta 4
A importância de se valorizar a diversidade das identidades culturais e de patrimônios diversos permitiu a percepção das formas de opressão existentes na sociedade ocidental moderna e também as formas de construção e valorização das identidades étnicas. O reconhecimento e o tombamento de patrimônios materiais e imateriais das culturas populares e tidas como minorias:Resposta Selecionada: a.
Recuperam a memória e a luta de negros, índios, imigrantes e trabalhadores que fazem parte da história e da sociedade brasileira, mas estavam oprimidas por um ideal hegemônico de sociedade.Respostas: a.b.c.d.e.Feedback da resposta: Alternativa: AComentário: a valorização e o reconhecimento da diversidade quebra com a visão hegemônica dominante de uma cultura elitista e europeizada que foi construída desde a chegada dos portugueses no território hoje tido como da nação brasileira. Reconhecer a cultura e a história dos povos indígenas e demais povos que depois se instalaram aqui é um modo de mostrar a história pelo ponto de vista de outros grupos, dos nativos da terra e dos demais construtores da atual sociedade brasileira.Pergunta 5
Entre as várias formas de se construir a identidade nacional está também a noção de cidadania e participação política. Cada grupo concebe e participa da cidadania de forma diferente. Não apenas partidos, sindicatos e movimentos sociais são forma de participação política. Assim, existem diversas expressões de valores culturais do que é ser cidadão, ter cidadania e participar da política. Por isso, a antropologia política estuda “o ponto de vista do nativo”, isso significa que:Resposta Selecionada: a.Tanto clientelismo, como democracia são expressões e visões do mundo que constroem a identidade dos sujeitos e devem ser respeitados e não julgados diante dos estudos antropológicos.Respostas: a.b.c.d.e.Feedback da resposta: Alternativa: AComentário: a noção de democracia é uma construção moderna e ocidental, por isso não está presente em todas as culturas e entre todos os membros da mesma forma, esse conceito é construído e transformado ao longo tempo. Da mesma forma, o clientelismo é uma expressão que vem se transformando e hoje é por alguns defensores da democracia como algo nocivo. Para a antropologia, ambas expressões podem ser estudadas e vão revelar lógicas diferentes entre os seus nativos e os membros externos ao grupo. Não há uma forma mais correta de participação política, cada grupo social encontra suas formas mais institucionalizadas ou menos, a participação política é mais uma forma de construção da identidade e de transformar a sociedade.Pergunta 6
O patrimônio cultural é parte da memória e da identidade de um povo. No entanto, quando se selecionam os bens culturais que devem ser memoráveis, cria-se uma ideia de nação ou identidade artificial que representaria a totalidade. Nessa tarefa de seleção dos bens culturais, os agentes que fazem essa autenticação podem ser parciais e tendenciar a uma visão dominante ou hegemônica da sociedade. Com isso, parte da sociedade não se sente representada ou participante da identidade artificialmente construída por tais agentes. Qual das alternativas abaixo revela essa visão hegemônica?Resposta Selecionada: b.O tombamento e a valorização das construções barrocas de igrejas e casarões de Ouro Preto (Minas Gerais) que mostram que a sociedade brasileira tem como marca uma identidade católica e heranças do estilo de vida europeu.Respostas: a.b.c.d.e.Feedback da resposta: Alternativa: BComentário: quando se valoriza apenas os bens culturais dos grupos dominantes, cria-se a noção de que somente essa parte da população faz parte da sociedade e que os demais não são ou não possuem nacionalismo. No mais é uma forma de reforçar a opressão do poder econômico, político e cultural, não dando espaço e voz aos demais membros da sociedade. Já quando se reconhece a expressão de diversos grupos culturais tidos como minorias, isso permite a compreensão de que a sociedade é plural e é possível e saudável a existência da diversidade. O reconhecimento da diversidade abre espaço para a população se sentir pertencente e representada na sociedade e, assim, construir uma identidade positiva.Pergunta 7
Patrimônios culturais e consumo material fazem parte dos fenômenos-chave da construção da identidade ocidental moderna. A Antropologia contemporânea busca em seus estudos:Resposta Selecionada: c.Explicar e compreender as múltiplas formas de construção da identidade e das relações sociais dos agentes, vendo-os como sujeitos ativos dentro de uma estrutura social que cria regras que estão introjetadas no inconsciente e nas subjetividades das ações.Respostas: a.b.c.d.e.Feedback da resposta: Alternativa: CComentário: os estudos antropológicos visam a compreender a sociedade, as identidades e as relações sociais. Os demais agentes sociais com os estudos antropológicos podem aproveitá-los para transformar a sociedade em diferentes direções e com diferentes objetivos: as elites para defender seus interesses, os conservadores para justificarem suas ações, assim como os movimentos sociais para defender seus direitos, autoridades políticas para construir políticas públicas diversas e a propaganda para ampliar o consumo de determinado produto.Pergunta 8
Quando duas ou mais formas de discriminação – como machismo, racismo, homofobia, ódio religioso, xenofobia etc. – recaem sobre um mesmo grupo social mostrando uma sociedade opressora e dominante, chamamos isso de:Resposta Selecionada: b. Interseccionalidade.Respostas: a.b. c.d.e.Feedback da resposta: Alternativa: BComentário: interseccionalidade é um conceito contemporâneo de compreensão das diversas formas de desigualdade e discriminação existentes na nossa sociedade que afetam mais a um grupo que a outro. Os outros conceitos referem-se a outros aspectos da pesquisa antropológica, mas não mostram essa conjuntura de injustiças sociais. A imparcialidade é uma postura que o antropólogo deve ter em seus estudos. Marcadores sociais da diferença trabalham com a construção positiva das diferenças, mas não necessariamente mostra as desigualdades e as injustiças sociais em conjunção. Injustiça social pode pegar apenas uma das categorias de discriminação, sem mostrar a interconexão entre várias subcategorias. Heteronormatividade se refere a uma visão machista e homofóbica da sociedade, é um tipo de intersecção, mas não abrange aspectos como ódio religioso e xenofobia, por exemplo.Pergunta 9
Quando se fala em consumo, alguns estudos tendem a privilegiar uma visão estruturalista da sociedade com agentes sociais passivos e uma sociedade repressora; já outros mostram os consumidores como agentes sociais ativos, porém manipulados pela mídia. Uma terceira visão tende a ver o consumo como um construtor de identidade, da vida social, da socialização e da integração simbólica. Relacione as visões da primeira coluna com as sínteses da segunda coluna:A combinação correta entre as visões da primeira coluna com as sínteses da segunda coluna é:Resposta Selecionada: e. I-C, II-A, III-B.Respostas: a.b.c.d.e. Feedback da resposta: Alternativa: EComentário: a visão hedonista e moralista compreende o indivíduo como um ser passivo que reproduz as regras da estrutura social capitalista e se comporta como esperado pelo mercado e pela cultura de massa, passa a noção de um consumo alienante, uma sociedade superficial. A visão naturalista e utilitarista cria estímulos e motivações ao consumidor, passando a ideia de que consumir faz parte de se viver no capitalismo e que, quanto mais se consome, melhor para a sociedade. A visão antropológica busca compreender quais as motivações de se consumir e como isso constrói a identidade dos agentes sociais, que são vistos como ativos e também construtores da sociedade de consumo.Pergunta 10
Recentemente tem crescido a participação da população civil nos movimentos culturais em defesa do direito à diversidade. Esses movimentos culturais vão contra os valores ocidentais universalistas e hegemônicos, porém lutam pela democracia e pela noção de direito à justiça social. Apesar desse ponto delicado na discussão, os movimentos trazem para o campo político o direito das minorias e buscam ampliar a noção de democracia vigente e ampliar os direitos coletivos e culturais. Quanto a esses movimentos, avalie as assertivas abaixo:I - A luta por direitos culturais coloca em risco a identidade nacional, pois os sujeitos com culturas diversas não se reconhecem como parte da nação e, portanto, não respeitam as regras, as obrigações e os deveres nacionais, o que pode levar a sociedade ao colapso.II - A garantia dos direitos culturais possibilita a transformação da noção de cidadania e de democracia, ampliando tais conceitos e alcançando novos grupos antes negligenciados por visões dominantes.III - Os sujeitos que participam dos movimentos culturais se mostram agentes sociais ativos que, respeitando as regras da estrutura social, buscam formas de transformá-las e incluir no jogo agentes que antes não tinham poder de voz e de participação.IV - A discriminação dita positiva das políticas públicas para as minorias acaba por aumentar os conflitos e os preconceitos existente para com esses grupos historicamente oprimidos, diminuindo ainda mais os seus direitos.V - Os movimentos culturais são também novas formas de construção de identidade, de fazer a própria história, de formar opiniões e de ter interações sociais nas sociedades globalizadas.São corretas apenas as assertivas:Resposta Selecionada: d. II, III, V.Respostas: a.b.c.d. e.Feedback da resposta: Alternativa: DComentário: os movimentos culturais juntam agentes sociais com intenções de transformar a sociedade baseados na ideia moderna de que os indivíduos são dotados de direitos que devem ser garantidos pelo Estado. Lutam pelos direitos de minorias na tentativa de garantir direitos coletivos de justiça social, da diferença e da democracia ampliada. Evidenciar as desigualdades existentes não aumenta as discriminações ou ameaça a ordem nacional, é na verdade uma forma de questionar o que já existe e tornar os sujeitos conscientes de como é a nossa cultura.
Segunda-feira, 25 de Setembro de 2017 20h15min08s BRT
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